POEMA DE VINÍCIUS DE MORAES

"A VOCÊ, COM AMOR".
“O amor é o murmúrio da terra quando as estrelas se apagam e os ventos da aurora vagam no nascimento do dia...
O ridente abandono, a rútila alegria dos lábios, da fonte e da onda que arremete do mar...
O amor é a memória que o tempo não mata, a canção bem-amada feliz e absurda...
E a música inaudível...
O silêncio que treme e parece ocupar o coração que freme quando a melodia do canto de um pássaro parece ficar...
O amor é Deus em plenitude a infinita medida das dádivas que vêm com o sol e com a chuva seja na montanha, seja na planura a chuva que corre e o tesouro armazenado no fim do arco-íris.” Vinícius de Moraes

Marcus Vinícius de Melo Moraes (Rio de Janeiro, 1913 / 1980). Cursou Direito (1933), neste ano publicou “O Caminho para a Distância”, seu primeiro livro de poesia. Lançou em 1935 “Forma e Exegese”, nos anos seguintes “Ariana, a Mulher” e “Novos Poemas”. Viajou para a Inglaterra (1938), para estudar Língua e Literatura Inglesa. Retornou para o Brasil e ingressou na carreira diplomática (1943 a 68); designado para servir: nos Estados Unidos, na França e no Uruguai. Apaixonado pela música trocou a carreira de diplomática pela de músico profissional, tornando-se uma das figura expressivas da Bossa Nova. Por volta de 1956 iniciou sua parceria com Tom Jobim, que fez as músicas para sua peça Orfeu da Conceição. No cinema, com direção do francês Marcel Camus ganhou a Palma de Ouro em Cannes e Oscar de melhor filme estrangeiro. Publicou o “Livro de Sonetos”. Lançou (1958) o LP “Canção do Amor Demais”, onde está incluída a música “Chega de Saudade”, composta por ele e Tom, sendo este momento considerado como marco do movimento da Bossa Nova. Nas décadas seguintes ele participa de movimento com diversas parcerias: Baden Powell, Carlos Lyra, Edu Lobo, Francis Hime, Pixinguinha, Tom Jobim e Toquinho. Em 1965 ganhou primeiro e segundo lugares no Festival de Música Popular da TV Excelsior, com as canções “Arrastão”, parceria com Edu Lobo, e “Canção do Amor que não Vem”, parceria com Baden Powell. Pertencendo à segunda geração do Modernismo, é considerado um dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. Suas canções alcançaram grande êxito e popularidade, exemplos; “Garota de Ipanema”, a música brasileira mais executada no mundo. Segundo Otto Lara, "...depois do Vinicius musical, foi o Vinicius cronista quem mais depressa chegou ao coração do grande público...". Sua obra poética também teve e continua tendo muito sucesso; principalmente com o poema; “Soneto de Fidelidade” e outros. Ele produziu ainda poemas infantis; “A Arca de Noé (1970)”. A partir daí Vinícius iniciou uma das parcerias mais constantes e duradouras de sua carreira, com o violonista Toquinho, com quem compôs músicas como "Tarde em Itapoã", "Regra Três" e "Como é Duro Trabalhar"...